Historicamente a educação tem tido a função estratégica de produzir subjetividades/objetividades em favor da manutenção da ordem social do capital, determinada pelas necessidades da atual acumulação rentista e da produção de mercadorias, pelo lucro, pela exploração alienante do trabalho. O contexto político pós-eleições de 2018 aprofunda a precarização do trabalho e a desqualificação da docência como profissão, exigindo a análise e o compromisso de enfrentamento dos impactos da ofensiva neoliberal e neoconservadora no(a) Ensino/Educação. A reforma trabalhista e os novos modelos de relação de trabalho tendem a aprofundar a precarização da prática docente, além de confrontá-lo no seu papel efetivo na construção de políticas pedagógicas/ educacionais no cotidiano escolar. As políticas de avaliação externa da educação brasileira (inclusive dos professores, o provão do magistério), política de livros didáticos, currículos de formação de professores e as políticas recém-adotadas pelo Ministério da Educação (MEC) esvaziam e confrontam a formação do pensamento crítico e se articulam a novos modelos de currículos e métodos (BNCC) e um novo papel para o ensino médio (Lei n. 13.415/2017), retenção e/ou redirecionamento do ingresso no ensino superior. Contra estas pautas neoliberais, o papel político da geografia nesse contexto traz à tona a necessidade de reafirmar as bandeiras políticas da AGB na defesa da educação pública, gratuita e de qualidade socialmente referenciada nas lutas do povo brasileiro, da profissão docente e da Geografia como componente curricular. É indispensável que a geografia mostre o que tem a dizer.
Provocador: Rodrigo Coutinho Andrade (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) / integrante do GT de ensino da AGB Niterói)
Palestrantes: Ângela Massumi Katuta (Universidade Federal do Paraná – campus Litoral (UFPR) / AGB Presidente Prudente) e Carlos Josué de Assis (Professor da educação básica na rede de ensino de Fortaleza / AGB Fortaleza).