A saúde se evidencia enquanto tema de pesquisa na geografia há ao menos duas décadas, pautando o compromisso para construção de uma sociedade mais equitativa. Tendo em vista a relevância cada vez maior do tema “Saúde global” na geopolítica atual, a geografia para a saúde visa compreender os fenômenos que assolam as vidas e não somente se restringir ao mapeamento de enfermidades. Os desafios políticos e territoriais impostos pelo capitalismo, atingindo especialmente a população mais pobre, se intensificam com o avanço do neoliberalismo e a ascensão da ultradireita, colocando a vida humana no limite da suportabilidade. O alinhamento dos pressupostos da Saúde Coletiva na ciência geográfica, principalmente no Brasil, tem como meta construir um desenvolvimento mais humano e democrático que possibilite avanços nas questões ambientais e/ou sociais. Assim, a geografia sai em defesa dos povos da floresta e das(os) trabalhadoras(es), a partir da análise e do enfrentamento das políticas de contaminação por agrotóxicos no campo e na cidade, revelando resistências e formas de produção alternativas, bem como representando a luta pela manutenção do Sistema Único de Saúde, como sistema universal e gratuito.
Provocador: Raul Borges Guimarães (UNESP Presidente Prudente / AGB Presidente Prudente)
Palestrantes: Cláudia Roma (Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) / AGB Dourados) e Gilberto Vieira dos Santos (Conselho Indigenista Missionário (CIMi) / AGB Presidente Prudente).