Artigo publicado no número especial Reflexões geográficas em torno da COVID-19, suas dinâmicas e seus impactos da Revista Tamoios (FFP/UERJ).
Resumo: A reconhecida sobrecarga de trabalho acumulado pelas mulheres, especialmente as mães, e a intensificação do convívio familiar no contexto do isolamento social – proposto como ação de contenção da contaminação pelo Corona-vírus – motiva uma reflexão sobre a espacialidade e a densidade das relações domésticas. A ideia é refletir sobre esta espaço-temporalidade aberta e plural da maternidade, enfatizando as disputas de sentido que revelam o lar como espacialidade relacional e conflitiva. Cabe registrar o desafio do pensar/realizar a conciliação da maternagem e do trabalho doméstico, com as novas exigências de trabalho remoto, em meios às incertezas do presente. Trata-se de refletir a espacialidade cotidiana na visão da mulher-mãe que traz a maternagem para o debate teórico e político por acreditar que a “teoria” surge da vida e que o ‘pessoal é político’. Pensar a casa, o lar, o espaço doméstico como espacialidade relacional e aberta é relevante para nossas pesquisas corporificadas e para os estudos das Geografias Feministas, que problematizam os desafios do trabalho intelectual das mães, especialmente em condições espaço-temporais adversas, como a do confinamento no lar em razão da pandemia.
Artigo disponível em: A espacialidade aberta e relacional do lar: a arte de conciliar maternidade, trabalho doméstico e remoto na pandemia da COVID-19