Artigo publicado no número especial Reflexões geográficas em torno da COVID-19, suas dinâmicas e seus impactos da Revista Tamoios (FFP/UERJ).
Resumo: A nova pandemia que se agrava na atualidade coloca em xeque as formas de ocupação do espaço, os padrões de consumo e o próprio modelo de produção e exploração do meio ambiente. Apesar das multivariáveis que envolvem a questão do surgimento da pandemia, o vírus vem se espalhando pelos mercados financeiros da economia global e nos mercados locais. As interações espaciais globais orientadas pelas verticalidades em detrimento das horizontalidades tencionam e desorientam as ordens e desordens que chegam aos lugares, geram incertezas na implementação de políticas públicas de inclusão das camadas mais vulneráveis socialmente diante do espraiamento espacial do novo coronavírus, principalmente em redutos mais isolados como Paraty-RJ, onde se encontram instaladas comunidades tradicionais pesqueiras em lugares de difícil acesso. Em se tratando da chegada do vírus em Paraty, a pandemia já causa pandemônio entre as comunidades costeiras e com o aviltamento nos preços do principal meio de subsistência dessas famílias, o cenário que se apresenta é o de aprofundamento da crise sanitária e social nessas comunidades. O objetivo deste ensaio é discutir a espacialidade da COVID-19 nas comunidades tradicionais caiçaras e pesqueiras de Cajaíba (Paraty) e analisar suas consequências na pesca artesanal e nos modos de vida.
Artigo disponível em: A espacialidade da COVID-19 e o pandemônio em meio a pandemia nas comunidades tradicionais da Cajaíba – Paraty