A Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB) lamenta profundamente o falecimento de Silvio Tendler, ocorrido em 5 de setembro de 2025.

 

Cineasta, Professor, Historiador, intelectual e militante da imagem, Tendler deixa um legado que transcende o cinema e se inscreve na história brasileira. Suas câmeras foram instrumento de leitura do espaço e ferramenta de análise crítica. Sua trajetória em defesa da arte como direito humano e da comunicação popular como estratégia, sempre será uma inspiração para uma geografia comprometida com a transformação social.

 

Tendler nos ensinou que o território também se revela nas imagens, seus filmes narraram histórias e mapearam conflitos, denunciaram desigualdades e iluminaram resistências, foi um intérprete sensível do Brasil em disputa. Obras como O Veneno Está na Mesa (2011), O Fio da Meada (2015) e Dedo na Ferida (2017) tornaram-se referências incontornáveis para compreender a questão agrária, os impactos do agronegócio e a luta por territórios tradicionais.

 

Em Encontro com Milton Santos (2006), Tendler realizou o feito raro de traduzir para a linguagem audiovisual o pensamento geográfico, tornando acessível a complexidade do pensamento geográfico sobre a crítica à globalização excludente e apostando em uma “outra globalização” — solidária, humana e territorializada. Suas obras tornaram-se recursos didáticos para a Geografia, porque demonstraram as injustiças e nos deram esperanças, nos afetos e nas narrativas que resistem.

 

 

À família, aos amigos, aos admiradores e a todos que encontraram em sua obra um mapa para compreender o Brasil real, nossa solidariedade e respeito. Silvio Tendler partiu, mas sua cinegeografia permanece viva — nos debates, nas salas de aula, nas lutas!

 

Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB)

05 de Setembro de 2025

 

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