ASSOCIAÇÃO DOS GEÓGRAFOS BRASILEIROS

Nossa História

A Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB) é uma entidade civil, sem fins lucrativos, que reúne geógrafas e geógrafos, professoras e professores, estudantes de Geografia, e pessoas de outras áreas que se alinham aos princípios da entidade, preocupados com a promoção do conhecimento científico, filosófico, ético, político e profissional da Geografia para que se possa oferecer à crítica da sociedade uma abordagem geograficamente consistente dos seus/nossos problemas.

                              Ata de fundação da AGB (1934) Original – IEB/USP

A AGB foi fundada em 17 de setembro de 1934, por iniciativa do professor francês Pierre Deffontaines, juntamente com os professores Rubens Borba de Morais, Caio Prado Júnior e Luís Flores de Morais Rego. Sua primeira sede localizou-se na Avenida Angélica, 133, na cidade de São Paulo (SP) – residência do professor Deffontaines, que se encontrava no Brasil para a implantação do curso de História e Geografia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da recém-instalada Universidade de São Paulo (USP).

Em 1944, a AGB passou a se constituir em uma entidade de dimensões nacionais, que possuía sócios, profissionais, estudantes e colaboradores em todo o território brasileiro. As primeiras seções regionais foram criadas nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco e Bahia.

Em 1946 a AGB realizou em Lorena, São Paulo, a sua primeira reunião nacional, sucedida até 1955 por inúmeras reuniões anuais. E no ano de 1956 a AGB promoveu o XVIII Congresso Internacional de Geografia da União Geográfica Internacional (UGI).

Até o início dos anos de 1970 a AGB era caracterizada como uma associação de pesquisadores. Mas no final da referida década, mais precisamente em 1978, durante o III Encontro Nacional de Geógrafos (ENG), realizado em Fortaleza – CE, a AGB passou por uma renovação de sua perspectiva organizacional, que se refletiu no processo de reformulação de seu estatuto que a tornou uma associação mais integrada à luta pelos direitos humanos e ao debate político e democrático da sociedade.

Essa renovação da entidade foi estimulada pelo crescimento do movimento estudantil brasileiro e pelas bandeiras políticas que passavam a serem encampadas por geógrafos e geógrafas comprometidos com a transformação da sociedade sob um viés amplamente democrático. Isso porque até 1978 estudantes não possuíam poder de decisão no âmbito da AGB, apenas professores e outros profissionais.

Créditos: Projeto Memórias da Geografia

Dessa forma, após o III ENG, em 1978, a AGB passou a adotar uma estrutura coletiva e horizontal para organizar cargos e decisões no âmbito interno da entidade. Passou a existir a Diretoria Executiva Nacional (DEN) que era o espaço de execução das decisões realizadas durante as Reuniões de Gestão Coletiva (RGC), as quais congregam as diversas Seções Locais existentes em todo o Brasil.

A base de ação da AGB é a Seção Local. As diretrizes e posicionamentos manifestados pela entidade são decididos pelo conjunto das Seções Locais reunidas durante as RGC. Com isso todas as pautas nacionais da AGB passaram a serem construídas e decididas a partir de suas bases locais, que são as suas seções.

Essa estrutura permitiu que cada pessoa associada pudesse criar e votar qualquer proposta dentro da associação, desde que possua convergência com os princípios da AGB, tanto em âmbito da Seção Local tanto em âmbito nacional durante as assembleias gerais de cada escala.

Créditos: Projeto Memórias da Geografia

A partir de então a AGB busca promover ações para cumprir com seus princípios em suas diversas áreas de atuação. Algumas dessas ações são representadas por publicações científicas através de suas revistas (tanto em âmbito local quanto nacional), pela promoção do Encontro Nacional de Geógrafas e Geógrafos (ENG) a cada dois anos, pela divulgação de posicionamentos políticos sobre a realidade brasileira, pela  participação em conselhos públicos de decisão sobre determinados assuntos e pela ação de seus Grupos de Trabalho (GT).

Os Grupos de Trabalho (GT) da AGB possuem fundamental importância para a entidade pelo fato de que são eles as formas de ação concreta na sociedade. Os GT da AGB desenvolvem inúmeras ações nas Seções Locais que estão vinculados: prestam auxílio à comunidades rurais e urbanas em conflito; acompanham os desdobramentos das políticas educacionais em curso no Brasil; assessoram territórios que sofrem com crimes ambientais; reivindicam políticas étnico-raciais de acesso à espaços institucionais e públicos; promovem debates sobre as questões de gênero na sociedade atual; e defendem o acesso gratuito e de qualidade às políticas de saúde pública.

Atualmente a AGB vem participando de diversos espaços de debate e decisão, como fóruns com outras entidades, conselhos institucionais e articulações diversas, tanto em escala local quanto nacional. E buscamos defender nesses espaços os princípios estabelecidos pela entidade na busca de uma transformação para uma sociedade justa.

 

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 Ato contra a Reforma da Previdência e os Cortes na Educação de 2019 (Juiz de Fora). Créditos: Flávio Santos