II Fórum Editores da Associação das Geógrafas e dos Geógrafos Brasileiros

 

Início das atividades: 10h

Primeiro momento do fórum: representantes dos periódicos da AGB e das Seções Locais.

Apresentação do fórum pela representante do Coletivo de Publicações da Diretoria Executiva Nacional Gestão 2023-2024, Maria Clara Salim Cerqueira, associada à Seção Local (SL) Belo Horizonte. Leitura dos pontos de pauta.

Ponto de Pauta 1: Apresentação dos periódicos:

Revista Fluminense de Geografia (SL Niterói)

Representantes: Felipe Moura e Marcos Couto

A revista tem o princípio político de não ter os critérios de avaliação da CAPES como parâmetro geral para edição. Além de artigos, resenhas, etc. aceitam publicações artísticas (fotografia, desenhos, similares). A avaliação dos textos submetidos é do tipo cega por pares. A revista foi lançada em 2024. Na capa, trazem a ilustração de um instrumento que precisa de afinamento, e fizeram um texto de apresentação explicando como a publicação de outros formatos. O Boletim Fluminense foi o primeiro periódico da SL, em 1993. Na gestão de Charlles França, na década de 2000, virou Revista Fluminense. Realizaram 2 números impressos.

Na composição da chapa para eleição da SL há previsão de nomes de um coletivo de publicações. Por ser uma revista em processo de retomada, ainda sem avaliação da CAPES, relataram dificuldade em conseguir artigos.

Boletim Campineiro de Geografia (SL Campinas)

Representante: Luciano Duarte

Publicada desde 2012 ininterruptamente. Era semestral, mudaram para quadrimestral. A revista está no portal da AGB, e não no portal da Universidade. Não contam com financiamento, o que é considerado um dos maiores desafios da manutenção do periódico, mas contam com apoio da SL com o pagamento do DOI. O conselho editorial não necessariamente está em Campinas, apesar de associados à SL, mas mantém pelo menos um editor dentro da Unicamp. O conselho editorial é praticamente o mesmo desde 2012, mudando os editores chefes. A avaliação CAPES não é central para a política editorial, porém a melhora na avaliação (A3 no Qualis 201 7-2020) tem impactos, com maior número de submissões. Mudaram nas últimas edições o tom dos editoriais, com um teor mais político, fizeram o último editorial sobre a questão de Gaza na Palestina.

Revista Eletrônica da SL Três Lagoas (SL Três Lagoas)

Representante: Amanda, Bruno, Joser, Diogo e Thiago Santos

Revista está em atividade desde 2004, conselho editorial é o mesmo há aproximadamente 5 anos. A linha editorial segue a linha política da AGB. Publicação semestral em Site hospedado no portal da Universidade (UFMS), no qual relatam problemas com invasões. Os avaliadores são escolhidos a partir de uma “afinidade” com a AGB. Avaliação Capes: A3. A Universidade apoia financeiramente com DOI.

Território e Cidadania (SL Vitória)

Representante: Akylla Cozer Chiabai Silva

Estão retomando o periódico, após 20 anos. Relatou dificuldade de conseguir avaliadores e artigos.

AGB Santa Inês

Representante: Janeide

Estão retomando a SL após 10 anos de inatividade, e veem necessidade de retomar a organização, pela importância científica e política da AGB para as ações do cotidiano. Decidiram fazer uma SL em “rede”, com sede em Santa Inês, no Instituto Federal. Uma das tarefas da articulação da SL é a articulação de uma publicação.

Boletim Prudentino de Geografia (SL Presidente Prudente)

Representante: Eduardo Nardez

Era semestral, desde 2021 passou a ser quadrimestral. Hospedagem no portal da FCT/UNESP, e obtém apoio financeiro apenas da SL. Os avaliadores são escolhidos pelo conselho editorial e pela diretoria da SL, sendo a maior parte dos membros do conselho científico composto por mestrandos e doutorandos. No intervalo de 2016-2018 a publicação foi interrompida.

Passam por problemas em relação ao tempo de avaliação de artigos, por vezes há uma demora. Pedem que o conselho científico dê ao menos um parecer por ano. Relatam problemas técnicos com o sistema, e-mails automáticos não são enviados, dificuldade de recuperação de senha, etc.

SL Belo Horizonte

Representantes: Bruno von Sperling e João Moraleida

Apesar de não ter periódico, a SL entende que é necessário debater as políticas editoriais da entidade e da Terra Livre a partir das bases, ou seja, as SLs. A SL elaborou uma publicação não científica, denominada AGB e Lutas, com a primeira edição sobre o golpe de 64 e o que permanece da ditadura. Imprimiram e fizeram distribuição gratuita.

Terra Livre (DEN/Coletivo de Publicações)

Representantes: Maria Clara Salim Cerqueira (SL Belo Horizonte), Rogata Soares del Gaudio (SL Belo Horizonte).

A revista está em atividade conforme as deliberações das Reuniões de Gestão Coletiva da AGB Nacional, com chamadas livres, exceto em anos de realização de eventos nacionais, quando são realizadas chamadas temáticas com o tema do evento. A partir do momento que foi realizada a atualização do sistema OJS e contratação de empresa de suporte, o trabalho de editoração passou a ser mais fluido. Os problemas cotidianos da revista são relativos a pareceristas que por vezes não estão alinhados com as políticas editoriais da AGB, sendo necessário contatar muitos avaliadores ad hoc. A revista está com uma edição atrasada.

Lorena Izá (SL João Pessoa) participou do coletivo de publicações na gestão de 2018-2019, e permaneceu nas atividades do periódico até a gestão seguinte, em 2020. Durante a gestão foi realizada atualização das edições, foi implementada a chamada livre dos números, e regularizado o ISSN da versão digital da revista.

Um associado, Antônio, de Pernambuco, participou como ouvinte.

Ponto de Pauta 2: Acesso aberto/financiamento

O debate foi iniciado a partir das particularidades das ciências humanas, que se diferem das ciências duras. Como seria possível que o acesso ao conteúdo fosse ampliado? Como manter as revistas sem financiamento direto? Foi relatado que a Chamada CNPq/CAPES n. 30/2023, na sua primeira versão, excluía as revistas que realizam a cobrança da Taxa de Processamento de Artigo, mais conhecida como APC (sigla para a expressão Article Processing Charges) da possibilidade de solicitação de recursos via esta chamada. Neste contexto, a coleção SciELO Brasil solicitou a revisão da chamada e um dos pontos foi a não exclusão das revistas com APC sob a justificativa que revistas cobram a taxa justamente pelo fato de não terem recursos para cobrir custos com DOI, tradução, etc. e, por isso, as revistas precisam de concorrer o edital. O desafio posto é que o custo para manter uma revista é alto, e deve-se prezar pelos princípios da Ciência Aberta / Open Science. Também foi levantada a importância de ter clareza sobre quem são os interlocutores dos periódicos, qual é o público que a revista almeja atingir. A transparência da avaliação na modalidade “às cegas por pares” também foi apontada como uma questão ética a ser tratada, pois é necessário que a avaliação seja anônima para garantir a isonomia do processo avaliativo. Esse debate foi iniciado pelo fato de relatos acerca da revisão/avaliação informada, na qual autoras(es) e avaliadoras(es) têm acesso a identidade de ambos, que é cada vez mais comum em periódicos das ciências exatas e da vida. A partir do debate sobre os altos custos necessários à manutenção das atividades dos periódicos, levantou-se a necessidade de “profissionalizar” as publicações, sem que esse movimento

recaia na simples aceitação dos desenvolvimentos de ferramentas utilizadas na editoração. É necessário, assim, definir claramente o escopo e a “missão” dos periódicos, e os problemas técnicos têm que ser resolvidos a partir desses princípios. Foi apontada a possibilidade de criação de um corpo técnico de apoio para questões técnicas e burocráticas que pudesse aliviar o trabalho dos editores. O portal de periódicos da AGB já tem suporte com a empresa OJSBR – já pode ser considerado um avanço em relação ao balanço dos últimos 10 anos. Ainda sobre esse movimento de “profissionalização” deve ser tratado com cuidado, para que não sejam naturalizadas exigências de avaliação da CAPES que não condizem com a política editorial geral dos periódicos, em especial da AGB. Foi relatado caso do Boletim Campineiro de Geografia (BCG), em que o corpo editorial busca ampliar a divulgação científica por meio da internacionalização da revista, pensando em ampliar o diálogo com a América Latina, que é um público que tem interesse de fato nas publicações brasileiras, o que faz com que sejam priorizadas publicações na língua espanhola ao invés de inglês. Também criaram redes sociais para divulgação do conteúdo do periódico, e passaram a publicar traduções de textos com licença creative commons para atrair mais leitores. Foi apontada a necessidade de que os periódicos da AGB estejam reunidos no Portal de Periódicos da entidade, pois o apoio técnico que temos atualmente é bastante eficiente, e a construção desse portal deve ser coletiva e fomentar a coletividade. A junção dos periódicos no mesmo portal pode fortalecer o papel teórico-político das revistas da AGB, melhorar a qualidade das publicações e fortalecer a construção de uma identidade política destes. Foi apontada a necessidade de um espaço de compartilhamento cotidiano para construir essa unidade política. A utilização de softwares detectores de similaridade também devem ser levados em conta, já que o acesso aos programas que fazem  são pagos. O fato de as revistas não serem mais impressas cria uma ilusão de que não há mais gastos cotidianos com a manutenção da publicação, pois a impressão era o maior gasto, mas manter o funcionamento do portal de periódicos também gera custos, e é necessário investir financeiramente nisso. Foi posto em questão o fato de as revistas, em especial a Terra Livre, terem uma quantidade grande de artigos publicados por número, gerando edições com uma grande quantidade de páginas, sem que haja conexão entre os textos publicados, devido às chamadas serem de tema livre, e foi colocado que isso pode ser fruto da ausência de um debate político editorial mais amplo, o que resulta em publicações feitas a toque de caixa. Foi apontada a necessidade de que as Seções Locais debatam as políticas editoriais em suas Assembleias, tanto no que diz respeito aos periódicos associados às SLs quanto à Terra Livre. Foi apontado que o grande número de páginas pode ser resolvido através de uma diagramação diferente, e que as chamadas livres mantêm a pluralidade das contribuições. Os artigos usualmente são acessados através do google, e não pelo portal de periódicos diretamente. Manter uma unidade editorial da revista pode ser mais eficiente do que pensar na unidade de cada

edição. Podem ser feitas seções temáticas para criar uma unidade entre alguns dos textos da revista.

Encaminhamentos:

  • “Profissionalização” do portal de periódicos para ampliar o acesso das revistas: Unificação do DOI, com prefixo único da AGB; diagramação padronizada; utilização de software detectorde similaridade, capacitação dos editores.
  • Unir todas as revistas no portal periódicos da
  • Elaborar e fortalecer a identidade política das revistas da Criação de uma comissão (executiva) para construção de um espaço de diálogo cotidiano que possibilite a construção dessa unidade.
  • Publicação com seções temáticas na Terra Livre (possivelmente com editores convidados), para que haja uma unidade mais clara em cada número publicado.
  • Realizar um panorama das revistas brasileiras de

Encerramento turno da manhã: 12h30 Início turno da tarde: 14h44

Participantes: Editoras e editores de periódicos da área da Geografia.

Apresentação do fórum e das pautas propostas por Maria Clara Salim Cerqueira (SL Belo Horizonte/Coletivo de Publicações da DEN Gestão 2023- 2024) e rodada de apresentação dos editores/periódicos. Os editores das revistas da AGB que se apresentaram no primeiro turno também se apresentaram nesta etapa, no entanto, não houve modificações em relação ao conteúdo apresentado.

Revista NERA

Representante: Lorena Izá

Periódico vinculado ao grupo de pesquisa Núcleo de Estudos, Pesquisa e Projetos de Reforma Agrária, avaliado como A1 (Qualis CAPES 2017-2020). Os problemas apontados foram artigos submetidos que não estão no escopo da revista, e principalmente em relação a boas práticas de pesquisa, plágio/autoplágio.

Boletim DATALUTA

Representante: Aline Albuquerque Jorge

Organizado pela rede de pesquisa DATALUTA, há cerca de 20 anos. Foi criado como um espaço de publicações e diálogos informal para debate de movimentos sociais, e não como um periódico científico, seu caráter foi transformado ao longo do tempo. Tiveram avaliação A3 no Qualis CAPES 2017-2020. Era vinculada à UNESP, agora é vinculada à UnB. A equipe

editorial é formada por pós-graduandos, graduandos, e professores de diversas universidades.

Boletim Gaúcho de Geografia

Representante: André Baldraia

A publicação existe desde 1974. O maior desafio é conseguir pareceristas para avaliação dos textos submetidos. Estão com atraso de um ano nas publicações.

Revista Tamoios

Representante: Mateus da Silveira Grandi e Giovana (Mateus também representa a Revista Espaço e Cultura)

O periódico existe sem vacância há 20 anos. Periodicidade semestral, vinculado à Faculdade de Formação de Professores da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (FFP UERJ). Apoio da universidade com bolsa de extensão e vinculado ao portal de periódicos da instituição. Não foram relatados problemas com os avaliadores, e conseguem manter o tempo de avaliação em um período que consideram adequado.

Revista Formação

Representante: Rodrigo Sartori Bogo

30 anos de atuação do periódico, opera com submissões em fluxo contínuo. Financiamento a partir de editais da UNESP e do Programa de Pós Graduação. Avaliação A2 no Qualis CAPES 2026-2020. Problemas relatados em relação ao fluxo de recebimento de artigos após a pandemia. Pareceristas que avaliavam os textos eram apenas doutores, estão ampliando recentemente para doutorandos. Busca internacionalização, mas se depararam com problemas financeiros com traduções etc. Necessidade de bolsistas para funcionamento da revista.

Revista Equador

Representante: Bartira Viana

Periódico vinculado ao Programa de Pós Graduação em Geografia da UFPI. Avaliada como A2, não conta com financiamento, os editores são responsáveis por todo o processo de edição e editoração da revista. Existente há 11 anos, fundada junto ao PPG. Tiveram problema com migração de sistema OJS. O conselho editorial é composto por pessoas de várias instituições e a publicação é semestral.

Revista Ensaios de Geografia (UFF)

Representante: Bernardo Bronze

Revista organizada pelos discentes do programa de pós-graduação em geografia da UFF, apesar de alguns professores comporem o corpo editorial. Os editores não são apenas da geografia. O PPG provê apoio financeiro. Submissões de fluxo contínuo, com realização de dossiês eventualmente.

Buscando membros do conselho editorial que sejam de instituições estrangeiras para internacionalização.

Revista Mares

Representante: Julia Caldas

O periódico teve início de suas atividades em 2019, a partir da Rede Geografias da Pesca. Revista de caráter inter-científico, aberta para diálogos de saberes. As publicações eram semestrais, agora são em fluxo contínuo. Os avaliadores são os pesquisadores da rede. Vinculada ao Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão da FURG. Relataram dificuldade de manter a periodicidade, pois o corpo editorial é composto pelos pós-graduandos que fazem esse trabalho voluntariamente. Avaliadores atrasam os pareceres e não há financiamento.

Revista Entre-Lugar (UFGD)

Representante: Lisandra Pereira Lamoso

A revista é possível pelo trabalho dos editores, do qual a professora faz parte enquanto editora associada. Está vinculada ao sistema da universidade. Foi relatada dificuldade em manter fluxo de qualidade, e muitos artigos submetidos são recusados.

Revista Geografia (UNESP Rio Claro)

Representantes: Cenira e Leandro

Revista fundada nos anos 1970 como Revista de Geografia Teorética, fundada pela Associação de Geografia Teorética, agora associada ao PPGG da UNESP Rio Claro. Organizada e operacionalizada pelos discentes, conta com um bolsista. Busca pela internacionalização e indexadores mais robustos. Submissões em fluxo contínuo. Realizam minicursos quando há novos membros no corpo editorial.

Estudos Geográficos (UNESP Rio Claro)

Representante: Diego Corrêa Maia

Periódico também associado ao PPGG da UNESP Rio Claro. Atualmente é avaliada como A3. Problemas relatados são relacionados a avaliação, dificuldade de encontrar bons avaliadores, sofrem com muitos casos de plágio/autoplágio. A universidade apoia a revista possibilitando a participação dos editores em cursos da Associação Brasileira de Editores Científicos (ABEC).

Revista Confins (USP)

Representante: Lucas Coutinho

Periódico semestral, publicam artigos, resenhas, etc. Acesso aberto.

Revista Continentes (UFRRJ)

Representante: André Santos da Rocha

Vinculada ao PPGG da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, com publicação semestral há 10 anos. Problemas relacionados à ausência de financiamento, é necessário ter revisores profissionais, o que acaba sendo deixado como responsabilidade de cada autor. O PPGG financia a manutenção da plataforma e o doi, tem intenção de ter traduções e revisor profissional.

Revista Espaço e Economia (UFRRJ)

Representante: Leandro Dias de Oliveira

Colóquios Espaço e Economia, periódico voltado para a área de Geografia Econômica. Hospedagem em plataforma internacional. A equipe de pós- graduandos mantém o funcionamento do processo de editoração. Fundada em 2012. Relatou sobrecarga de trabalho de alguns pareceristas, por ser de uma área específica. Conseguem manter a semestralidade, por vezes fazem volumes extras como dossiês.

Revista GeoUECE

Representante: Cláudio Smalley

O representante recém entrou na universidade e na editoração da revista. Relatou problemas relacionados ao financiamento da revista, tiveram que aprender a utilizar o sistema por problemas técnicos. O fluxo de submissões é contínuo.

Revista Mutirõ. Folhetim de Geografias Agrárias do Sul (UFPE)

Representante: Gerlane Gomes da Rocha

Revista fundada em 2019 no Laboratório de Estudos e Pesquisa em Educação do Campo (LEPEC / UFPE) após a realização do Simpósio Internacional de Geografia Agrária (SINGA) em Recife. Editores vinculados ao laboratório, pretendem abrir para membros de outras instituições, o mesmo em relação aos avaliadores. Conseguem manter a periodicidade, com alguns atrasos. Publicam dossiês. Interdisciplinaridade é um princípio da revista. Recebem textos em espanhol o que dificulta obter pareceres. Recebem apoio técnico da universidade. Realizam divulgação por meio de redes sociais.

Revista Geografias (UFMG)

Representante: João Moraleida

Início da publicação em 2005. Relatou dificuldade de conseguir pareceristas e problemas com questões de plágio e utilização de softwares para detecção destes. Realização de publicação de dossiês temáticos. Recurso para traduções é necessário. Divulgação da publicação em redes sociais. Previsão de realização de seminários. Tentam estabelecer um diálogo mais profundo e respeitoso com os autores e autoras.

Revista Verde Grande da Unimontes

Representante: Gustavo Cepolini

Publicação impressa, retomada em 2018. Avaliação A3 no Qualis CAPES, obtinha apoio da Prefeitura de Montes Claros/MG. Tem dificuldade com questão de avaliadores.

Revista da ANPEGE (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia)

Representante: Gustavo Cepolini

Problemas com o portal da UFGD, onde o periódico está hospedado. Publicam dossiês temáticos e recebem artigos apenas de pós-graduados e doutores.

Ponto de pauta 3: Papel dos pareceristas

Neste ponto, foram debatidas as formas com que os editores escolhem os avaliadores e como é feito o processo de avaliação. Alguns periódicos têm  a política de não convidar pareceristas ad hoc, o que acaba sobrecarregando os membros do conselho científico, mas a política torna as avaliações mais coerentes. A Revista NERA publiciza um documento de orientação política sobre as avaliações, compartilham isso com os pareceristas e os chamam para construir os formulários de avaliação. O índice de rejeição é alto em alguns periódicos, como é o caso da Revista NERA. Na Revista Continentes, foi relatada a política editorial de não “perder” os artigos, e fazer da avaliação um processo pedagógico. Para isso, é necessário que os avaliadores sejam membros do conselho científico propriamente dito. Os periódicos da AGB, hospedados no Portal de Periódicos da entidade, contam com um banco de avaliadores que é compartilhado pelas revistas, o que ajuda a encontrar avaliadores que estejam alinhados à política editorial. Parte do problema dos avaliadores vem da própria criação das revistas, pois normalmente os periódicos são vinculados a instituições, programas de pós- graduação, o que torna os escopos muito genéricos. Isso torna mais difícil ter um conselho científico conciso. Foi apontada a importância de os avaliadores não serem apenas doutores. É necessário de alguma forma valorizar e dar visibilidade ao trabalho do parecerista. Pode-se pautar essa valorização a partir da avaliação dos programas de pós-graduação. É necessário, ainda, pensar que se colocar isso como parâmetro de avaliação pode gerar mais pareceres mal feitos apenas para compor currículos. Há a possibilidade de gerar comprovação da realização das avaliações a partir dos e-mails enviados automaticamente pelo OJS. A qualificação do debate sobre a divulgação científica e valorização desse trabalho pode melhorar a condição de trabalho dos avaliadores. É necessário também investir na descrição do que cada autor e coautor fez em cada texto. É importante ressaltar que plataformas distintas são utilizadas em cada periódico, e a criação de um banco de dados demandaria um estudo técnico muito específico. Foi apontada a questão da endogenia dos conselhos científicos, e no caso da AGB, a posição é de que atender a essas normas iria contra as políticas editoriais da revista, que tem

seu conselho composto por indicações das Seções Locais, ou seja, todo o conselho é vinculado apenas a uma instituição, a AGB. Foi relatado que existem periódicos que, para um autor ter seu texto publicado, é necessário que ele realize pelo menos duas avaliações. Foi sugerido que as seleções de pós-graduação considerem avaliações para currículos, pois há um caráter pedagógico em realizar avaliação. Foi apontado que avaliações podem ser realizadas através de sistemas de Inteligência Artificial, o que pode gerar um problema.

Encaminhamentos

  • Criação de um banco de pareceristas
  • Defender a valorização do trabalho realizado enquanto parecerista, com as seguintes medidas: Otimização dos mecanismos de certificação desses trabalhos; Levar para outros fóruns que os pareceres constem na ficha de avaliação da

Ponto de pauta 4: utilização de Inteligência Artificial (IA) e Softwares de detecção de plágio/autoplágio

Inicia-se o debate com o apontamento de que a utilização de softwares que detectam plágio e autoplágio nos textos necessita de uma boa revisão, pois muitas vezes é dada uma porcentagem do texto que se assemelha a outros conteúdos na internet, e não é possível simplesmente associar um número dado por um software às práticas antiéticas. Apontar que algo é plágio é uma acusação de crime, então deve ser um assunto tratado com muita cautela. É necessário fazer uma avaliação crítica dos documentos, para ver se o que foi detectado como plágio. Os periódicos relataram não utilizar o termo “plágio” ao comunicar aos autores sobre arquivamento de submissões em que foram detectados problemas do tipo. Os programas de detecção de plágio gratuitos muitas vezes não são eficientes. É necessária uma política que garanta que as revistas tenham acesso a softwares qualificados para esses processos. É importante, ainda, ter um documento que perdure na revista para garantir uma continuidade de cada revista, para que os debates não sejam perdidos, como o documento citado pela representante da Revista NERA sobre boas práticas de pesquisa, atualizado anualmente. Foram apontadas medidas a serem tomadas quando um texto é publicado e seja detectado plágio posteriormente: em tese, o artigo não pode ser tirado do ar depois de publicado. Há a possibilidade de retratação, publicada junto ao artigo. Essa questão é permeada por um desafio jurídico, e é necessária uma consultoria jurídica para saber a melhor forma de abordar isso, e o fortalecimento de associações e redes que permitam um diálogo sobre o tema. Alguns periódicos têm como política editorial o aceite de textos que têm similaridades a textos de teses e dissertações. É necessário indicar para o governo brasileiro – Ministério da Educação e outros – a necessidade de criação de um programa nacional de detecção de plágio de uso gratuito. Sobre o uso de Inteligência

Artificial, é necessário que os periódicos apontem em suas políticas editoriais que não são aceitos textos produzidos a partir de IA. É necessário aprofundar o debate sobre IA e direitos autorais. Há uma diferença entre automação e produção de fato no uso de IA. Exemplo de revistas estrangeiras que pedem descrição detalhada da metodologia de produção de mapas e gráficos, pois podem ser gerados por IA. Foi apontada a diferença entre IA generativa, que cria novos conteúdos a partir do que existe publicado na internet, e IA supervisionada, que geram traduções, e outras coisas, que são amplamente utilizadas há tempos.

Encaminhamentos:

  • Construção conjunta de um documento de boas práticas de pesquisa e publicação da Geografia Brasileira. Construído pela AGB, junto à ANPEGE, e que as demais revistas se tornem signatárias.
  • Aumentar a frequência da realização de Fóruns de
  • Estudar a viabilização de uma democratização do uso de softwares de detecção de similaridade.
  • Defender e construir junto a outras entidades a elaboração de um

software detector de similaridade nacional de uso gratuito.

Ponto de pauta 5: Qualis CAPES

Nos Fóruns de Editores da ANPEGE, foi deliberado que é necessário defender o Qualis, e não as outras métricas como fator de impacto, que na geografia é quase inexistente. O Qualis é uma avaliação feita por brasileiros para brasileiros. Os fatores de impacto estão relacionados à quantidade de citações. Qualis está relacionado ao índice h, outras métricas têm outras indexações. No CNPq, a avaliação de bolsas de produtividade tem como orientação não utilizar os fatores de impacto. A produção seria avaliada de maneira qualitativa. Esta orientação não é a mesma da CAPES. É necessário fortalecer a redução da análise desses fatores nas avaliações. São necessários critérios diferentes para as ciências humanas. Na geografia, os representantes da geografia física defendem os fatores de impacto, enquanto os representantes da geografia humana não defendem. Como seria possível aumentar a divulgação do que é publicado? Os participantes entendem que é importante utilizar redes sociais, e que isso amplia a divulgação, mas na maior parte das vezes é difícil dar conta de todo o trabalho. É importante incentivar a leitura de periódicos também dentro da academia, incentivar a prática de leitura de periódicos nas aulas de graduação.

Encaminhamento:

  • Defesa de parâmetros de avaliação científica nacionais e de área que sejam democraticamente construídos.

Encerramento do fórum: 18h40.

 

 

 

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